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Biblioteca Ativa – Mês do escritor – Outubro- Vinícius de Moraes

Vinícius de Moraes Marcus Vinícius de Mello Moraes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz […]

18 de outubro de 2024 5:37 pm Biblioteca Ativa, Bilbioteca, Destaque

Vinícius de Moraes

Marcus Vinícius de Mello Moraes nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho do funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz desde cedo mostraou interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta Santo Inácio e entrou para o coral da igreja onde desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional.

Em 1933, ano de sua formatura, Vinicius publica “O Caminho Para a Distância”. Não exerceu a advocacia. Trabalhou como censor cinematográfico até 1938 quando recebeu uma bolsa de estudos e foi para Londres estudar inglês e literatura na Universidade de Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939.

Casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Suas esposas foram Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última, Gilda Matoso.

Em 1943 é aprovado no concurso para Diplomata. Vai para os Estados Unidos, onde assume o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Escreve o livro “Cinco Elegias”. Serviu sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu e novamente em Paris, em 1963. Volta para o Brasil em 1964. É aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato Institucional Número Cinco.

De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Carlos Lyra e Chico Buarque. Entre suas músicas destacam-se: “Garota de Ipanema”, “Gente Humilde”, “Aquarela”, “A Casa”, “Arrastão”, “A Rosa de Hiroshima”, “Berimbau”, “A Tonga da Mironga do Kaburetê”, “Canto de Ossanha”, “Insensatez”, “Eu Sei Que Vou Te Amar” e “Chega de Saudade”.

Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961, compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música “Arrastão”.

A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes como “Aquarela”, “A Casa”, “As Cores de Abril”, “Testamento”, “Maria Vai com as Outras”, “Morena Flor”, “A Rosa Desfolhada”, “Para Viver Um Grande Amor” e “Regra Três”.

É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Hollanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando músicas de cunho infantil, e originou um especial para a televisão.

A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e profundamente cristã, como expressa em “O Caminho para a Distância” e em “Forma e Exegese”. A segunda fase vai ao encontro do cotidiano e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em “Ariana, a Mulher”.

Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é “A Rosa de Hiroshima” (“Pensem nas crianças / Mudas telepáticas / Pensem nas mulheres / Rotas alteradas / Pensem nas feridas / Como rosas cálidas”). A parábola “O Operário em Construção” alinha-se entre os maiores poemas de denúncia da literatura nacional.

Vinícius de Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980, devido a problemas decorrentes de uma isquemia cerebral.

Obra de Vinícius de Moraes: O Caminho Para a Distância, 1933; Forma e Exegese, 1936; Novos Poemas, 1938; Cinco Elegias, 1943; Poemas, Sonetos e Baladas, 1946; Pátria Minha, 1949; Orfeu da Conceição, 1954; Livro de Sonetos, 1956; Pobre Menina Rica, 1962; O Mergulhador, 1965; Cordélia e O Peregrino, 1965; A Arca de Noé, 1970

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